Alocução – Presidente 15/05/2010

Excelência Reverendíssima D Amândio
Reverendos Padres
Senhoras e Senhores
Amigos, Companheiros ou Camaradas

Em nome da Direcção da Associação dos Antigos Alunos do Seminário de Vila Real , congratulo-me com a presença dos companheiros nesta nossa reunião anual, demonstrativa de que não esquecemos a nossa passagem pelo seminário, tenha ela tido curta, média ou conclusiva duração e de que todos, os que trilhamos este caminho, estamos unidos por laços indeléveis que nos moldaram o carácter e a postura perante a vida .
E isso nenhum de nós o renega !!!
Sei que a Igreja está atenta ao mundo que a rodeia, ausculta o pensar dos seus membros e a seu tempo agirá em conformidade com as balizas por si estabelecidas e ditadas por Deus, mas como cidadão atento ao mundo que nos rodeia, como cristão e como pessoa que tem uma grande vivência de contactos , em meu nome pessoal e como cidadão que olha a Igreja de fora para dentro decidi emitir a minha visão sobre

” A Igreja no mundo de hoje e perspectivas de Superação da Falta de Clero”

Apesar do papel dominante da Igreja na sociedade ao logo dos séculos – enquanto papel axiológico e determinante dos princípios normativos que devem regular a sociedade há, nos dias de hoje, uma neblina cinzenta que a tenta ensombrar e diminuir
É incontroverso e não tenho receio de ser contrariado, que, ao longo dos tempos, a Igreja foi a Estrela Polar ou o Cruzeiro do Sul da Humanidade na orientação da sã convivência e na salvaguarda dos mais elementares princípios que estão na génese da formação do conceito de Pessoa Humana
Conformista ou intervencionista foi ela quem lutou sempre por um são equilíbrio social, norteada pela pacífica coexistência da gente das sociedades existentes.
Não tem que se envergonhar de ter patrocinado as cruzadas, apoiado a dilatação da fé cristã, colaborado no genocídio de índios, defendido a inquisição ou a escravatura ou de ter apoiado ditaduras…
A História compreende-se….não se renega … Os valores dominantes de um determinada sociedade são de índole cultural desse tempo e a coexistência pacífica da sociedade tem de ter em conta as coordenadas dos poderes instituídos face aos valores axiológicos tidos por válidos, ao tempo!
Os Papas não têm que pedir perdão pelos erros da História….porque foi dos erros da História que surgiram as luzes do mundo de hoje e porque, a Igreja sempre foi, mesmo nessas épocas históricas mais cinzentas, o travão às ambições de soberanos e tiranos e Defensora de fracos, oprimidos e marginalizados, apontando o Reino dos Céus como conformação às Injustiças para poder contribuir para uma coexistência pacífica ….
A verdade é que o papel da Igreja sempre foi mitigador e apaziguador em prole do desenvolvimento da sociedade e do bem comum centrado no bem-estar das pessoas, amoldando-se às culturas das épocas sempre com espírito crítico e preocupada em defender os mais fracos e sobretudo evitar as convulsões sociais … por isso está recheada de mártires e santos!
Foi a Igreja quem promoveu a são convivência, por acções fácticas e doutrinais, através de encíclicas, pregações publicas ou cartas pastorais, visando a convivência pacífica e fraterna de opressores e oprimidos, apontando o reino dos céus a todos e sempre pregando o amor de Cristo e o amor ao próximo, com a preocupação de uma coexistência pacífica e sem beliscar a dignidade de Pessoa Humana
E sempre se colocou ao lado da ciência (embora com algum atraso temporal) porque lhe cabe e cabia pugnar pela defesa dos valores estabilizados em que fundamenta a sua moral cristã e que eram garantia da coexistência pacífica
Quando o sol passou a ser estrela fixa e o coração deixou de ser o motor e centro vital e personalizante do Homem, a Igreja adaptou-se a essas descobertas científicas e aceitou e acompanhou as teorias tidas por inovadoras…que podiam pôr em causa a tradição bíblica
Nos tempos modernos e numa altura em que são relatados alguns dislates praticados por medíocres dignitários da Igreja, há uma tendência para confundir a Nuvem com Juno, como se não houvesse Pais pedófilos, Juízes corruptos, criminosos entre Agentes Investigadores de crimes, corrupção activa e passiva e como se os mesmos dislates e desvios não fossem praticados por figuras públicas ou proeminentes do mundo social- a dita fina flor da sociedade que se revela a fina flor do entulho….
Os actos ficam com quem os pratica e não pode a figura da Igreja ser ofuscada ou vilipendiada porque alguns dos seus maus servidores, em número insignificante não terem sido o exemplo que deles se esperaria …comportamentos que nem são apanágio do mundo de hoje se tivermos em linha de conta aquele provérbio popular alusivo ao Frei Tomás… e que nem por isso retirou crença ou rumo à sociedade de índole moral cristã
A Igreja nunca esteve e nem hoje está em crise! Hoje como sempre saberá ultrapassar as dificuldades com que se debate e adaptar-se á realidade social do mundo em que vivemos.
Talvez nem haja uma crise efectiva de vocações para o sacerdócio e essa falta de ministros de Deus, poderá ser suprida com uma outra visão por parte de quem tem a responsabilidade de a dirigir
E urge suprir …. essa falta de sacerdotes!
Não creio que a abolição do celibato seja a medida mais ajustada.
Na verdade, embora o celibato não seja uma obrigação imposta por Deus, aos seus representantes, S. Paulo deixou claro que “se quem casa faz bem, quem não casa faz melhor”
E a lei eclesiástica que preceitua o celibato, -como uma bela instituição – deriva do exemplo e do conselho do próprio Messias. E, embora tenha sido estabelecida posteriormente, já era seguida pelos sacerdotes católicos desde os Apóstolos.
O celibato não foi exigido por Cristo; porém foi aconselhado, pela palavra e pelo exemplo, deixando Jesus Cristo à sua Igreja o cuidado de regular estes pormenores, conforme os tempos e os lugares
E a Igreja transformou o celibato em lei, por ser no estado de Celibatário que o Padre melhor pode servir os desígnios do sacerdócio
Não creio que a abolição do celibato, perdoem-me os meus amigos padres com renúncia ao sacerdócio, ( Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque) seja a melhor solução para uma melhor interacção sacerdócio / laicado . E não creio que o seja porque, um Padre casado tinha de ter obrigações com sua esposa e com seus filhos – sustento, de proteção, de amparo, de educação, etc.
Isto constituiria mais um motivo de desconfiança por parte dos fiéis, já que o eventual favorecimento a filhos e mulher seria mais acentuado que a sobrinhos, afilhados ou governanta e o seu desprendimento das coisas desse mundo acabaria por ficar tolhido, pelo menos em parte.
Um escolhido para ser o “pastor” do “Povo de Deus” deve procurar, em tudo, o que Cristo aconselhou que, para deixar claro a posição do sacerdote afirmou:
“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” o que significa abandonar Pai e Mãe e sua família, o seu bem-estar e privilégios sociais (vende o que tens, e dá o valor aos pobres”) para seguir o caminho, a verdade e a vida e se colocar ao lado dos oprimidos e dos valores humanos numa sociedade injusta e desigual, mas sempre na defesa de uma melhor e mais justa sociedade
Para além disso…
É bom para a comunidade laica ser servida por um Pastor que não tenha os seus interesses próprios e particulares, que veja, em cada paroquiano ou membro da comunidade cristã, um igual, que não privilegie nem descrimine ninguém, em função de laços familiares, atenda todos de igual forma, porque, enquanto representante de Deus, deve proporcionar a todos idêntico tratamento tal como pastor faz com o seu rebanho
O padre para ser “pai espiritual” de todos, não deve ser pai carnal de ninguém. O tempo de que dispõe, não lhe pertence e não poderia pertencer à sua família carnal, pois ele deve viver para a Igreja e para a religião, e não para mulher e filhos.
Ele deve renunciar ao conforto do lar e à família, para consagrar-se ao serviço de Deus.
E o que aconteceria no dia a dia se os Padres fossem casados?
Ou seriam maus padres ou maus maridos
Não podemos esquecer a lealdade e a dedicação de tempo que o matrimónio exige a um homem. Qualquer pai ou mãe sabe os cuidados e as preocupações que os filhos dão, o esforço económico que exige a sua educação…
Não era justo impor aos sacerdotes que não colocassem em primeiro lugar as necessidades das suas famílias face ao seu múnus apostólico.
Padres casados implicaria padres divorciados, pondo em causa um dos princípios basilares da Igreja – indissolubilidade do casamento – já que segundo as estatísticas 40% dos matrimónios dissolvem-se por divórcio – uma proporção muito mais elevada que a do abandono do sacerdócio pelos Padres
O celibato sacerdotal é uma jóia da Igreja católica que só tem sido posta em causa desde que começamos a ficar obcecados com a realização sexual, em vez de pensar na outra forma de realização que oferece o sacerdócio
Creio que o celibato é a solução adequada para a Igreja. (…) É um valor que a Igreja deve preservar” já que mantém uma ligação mais forte de Cristo à Igreja e corresponde ao desígnio do chamamento.
A sua abolição traria mais inconvenientes que vantagens para a missão divina do sacerdócio
Como ultrapassar então a falta de Sacerdotes?
Sei que o papel da mulher na igreja é um tema que gera controvérsia – agita opiniões e provoca críticas
Mas a Igreja tem de olhar para a sociedade civil e ver o papel da mulher no mundo de hoje e averiguar se a abertura do sacerdócio às mulheres não seria uma alternativa válida para fazer face às necessidades actuais do apostolado da Igreja
Na verdade
Na família e na sociedade civil, as mulheres como esposas e mães, criaram um modo de vida civilizado. Educaram os maridos e os filhos na limpeza e na arrumação; valorizaram a gentileza e a ternura, tudo o que é terno e delicado». E não se preocupam apenas com a sua beleza, o seu encanto e a atracção através de dietas, liftings, ginástica, acessórios sofisticados e maquilhagens refinadas, para seduzir, para subir na escada social, fazem-no porque são nosso complemento como nós somos o delas e continuam a ter habilidade de compreender, a capacidade de amar e ter um coração arrebatado».
E não o fizeram para o poder ou a dominação, mas por amor e harmonia
E em todas as sociedades hodiernas, uma das maiores mudanças dos tempos modernos foi a emergência das mulheres: elas afirmam a sua dignidade, a sua igualdade e assumem o seu lugar e responsabilidade na sociedade em pé de igualdade com os Homens . Hoje as mulheres têm direitos políticos (já votam em todos os países), sociais idênticos ao do Homem (Há mulheres em todas as profissões – juízes, catedráticos e Políticos) direitos que alcançaram com muita resistência e suspeita por parte dos Homens
Falta valorizar mais o seu papel dentro da Igreja…
Um número crescente e maioritário de fiéis é composto por mulheres: são um mundo próprio, com características muito distintivas e originais
E olhando a história, vemos que Mulher na Igreja sempre teve um papel primordial mas sempre viveu como subalterno do Homem
Cabe á Igreja, tal como já o fez em muitos outros campos, acompanhar a sociedade civil … e tal com o a sociedade civil ver a Pessoa – Homem ou Mulher no mesmo patamar e no mesmo pé de igualdade
O estatuto das mulheres precisa de ser promovido na Igreja como uma maneira de superar o clericalismo dominante e de assegurar que elas assumem responsabilidades idênticas às do Homem na vida da comunidade cristã
Há que entender a Igreja no feminino e atribuir à mulher mais valor para que ela também possa ser “o rosto de Deus” no século XXI, um rosto de ternura, de mudança e de esperança.
Embora esta mudança de atitude não se possa fazer de pé para a mão, há que ter em conta que o génio das mulheres tem brilhado ao longo dos séculos, em especial na longa história da Cristandade.
Há que entender as razões e as consequências da decisão do Criador de que o ser humano deveria sempre e somente existir como mulher ou homem para compreender a grandeza da dignidade e da vocação das mulheres e a sua presença activa na Igreja e na sociedade».
Estou a ver Adão na sua solidão… no Paraíso…. Sozinho, como espécie em toda a criação.
Esta solidão, diz a Bíblia, não foi boa. Faltou-lhe uma parte essencial.
E assim, da carne de Adão, para sublinhar a unicidade da essência humana, Deus criou Eva: não apenas uma mulher, mas uma pessoa com um nome e personalidade.
O ser humano é feito «à imagem de Deus», a distinção dos nossos ser masculino e feminino é reveladora do próprio ser e vida interior de Deus.
A questão do papel da mulher na Igreja pode ser lida á luz da actuação de Cristo que, numa sociedade em que as estruturas patriarcais relegavam a mulher para um papel secundário, lhe delegou tarefas e a tratou com igualdade
Jesus escolheu «12 homens, como pais do novo Israel» .
Mas, para além destes pilares da Igreja, foram também escolhidas, entre os discípulos, «muitas mulheres, algumas com um papel «activo» na vida de Jesus, a começar por Maria, sua mãe, Maria Madalena, Susana, Joana e muitas outras que o serviam com os seus bens e todas as discípulas, mulheres que o acompanharam ao longo da sua vida pública e assumiram um papel de serviço junto Dele e dos Doze.
E as mulheres, ao contrário dos 12, não abandonaram Jesus na hora da Paixão, destacando que Maria Madalena foi, não só testemunha da Paixão, mas «a primeira testemunha da ressurreição».
Já S. Tomás de Aquino, falou de Maria de Magdala como «Apóstola dos Apóstolos, mas tal como na sociedade civil o papel da mulher foi sempre subalternizado pela Igreja dominada por Homens
O adágio medieval referindo-se às mulheres: Aut murus aut maritus (as mulheres precisavam de uma parede ou um marido: para serem enclausuradas pelas paredes de um mosteiro ou pelo estatuto de casadas), mostrou que a sua livre iniciativa e os seus talentos só nos mosteiros e conventos se desenvolvia.
Apesar disso, na Europa medieval, encontramos um grupo de mulheres místicas e teólogas notáveis como Santa Hildegarda de Bingen, Santa Gertrudes, a Grande; Santa Brígida da Suécia, a beata Júlia da Noruega, Santa Catarina de Siena, todas elas muito influentes na vida, tantas vezes tumultuosa, da Igreja nas suas épocas e protagonistas de interessantes vislumbres «femininos» em teologia, especialmente no seu discurso de Deus e do seu mistério
No renascentismos temos a história exemplar daquela corajosa mulher inglesa -Mary Ward (1586-1645)- a Senhora Jesuíta- que queria começar uma congregação de vida activa como a dos Jesuítas e foi ridicularizada pelo clero da altura rival da fascinante Sociedade de Jesus
Só, após a Revolução Francesa, se permitiu que as mulheres religiosas pudessem sair da clausura e se empenhassem elas próprias no mundo numa vida de apostolado, trabalho social e missão.
E no século XIX e na primeira parte do século XX assistimos a um florescimento extraordinário de congregações religiosas femininas de vida apostólica e missionária.
As mulheres religiosas contribuíram, poderosamente, para a evolução da condição das mulheres, especialmente através da instrução
Depois de, ao longo dos tempos, terem organizado sociedades auxiliadoras femininas para dar apoio ao trabalho das igrejas, motivadas pelo amor a Cristo e à Igreja – Faziam costuras, bolos, sorvetes que eram vendidos e a renda destinada a igreja, bordavam, promoviam chá de criança, ensinavam culinária, organizavam quermesse, angariavam roupas para os necessitados, limpavam a igreja, votavam para cargos de liderança que serão ocupados pelos homens, passaram , entre as duas guerras mundiais, a ter envolvimento com as missões
A emancipação das mulheres na sociedade está ligada ao aparecimento de tantas mulheres ilustres no horizonte da Igreja do século XX que seguem a tradição de grandes mulheres do segundo milénio da Cristandade, de que são exemplo Dorothy Day, Raissa Maritain, Edith Stein (Teresa Benedita da Cruz), Teresa de Calcutá, Sue Rider, Josephine Bakita, Simone Weil, Catherine De Hueck Doherty, Madalena de Jesus, para mencionar apenas algumas

Estamos no século XXI e à mulher ainda não são permitidos determinados tipos de participação eclesiástica, ao contrário do que acontece nos campos da Ciência, da política e da cultura, embora alguns teólogos defendam que no Cristianismo a mística das mulheres, o seu encontro com Deus, é muito mais forte que em qualquer outra religião
Alguns ventos sopram favoráveis
E a carta apostólica Mulieris Dignitatem (1988) sobre a vocação e a dignidade das mulheres de João XXIII é um passo nesse sentido.
E os Santos Padres Paulo VI e João Paulo II já manifestaram a consciência da Igreja sobre o lugar das mulheres não sendo por acaso que proclamaram doutoras da Igreja ( Santa Teresa de Ávila e Santa Catarina de Siena e Santa Teresa de Lisieux)
Queria lembrar que há seis anos, 31 de Maio de 2004, no dia da Festa da Visitação, o cardeal Joseph Ratzinger, então responsável pela Congregação para a Defesa da Fé, publicou o seu último documento importante antes de ser escolhido, um ano mais tarde, para ser o Papa Bento XVI. – «Carta aos Bispos sobre a Colaboração dos Homens e das Mulheres na Igreja e na Sociedade».
Sendo a Igreja, como é, formada por pessoas – homens e mulheres – desta ideia deverá nascer o conceito do sacerdócio comum dos fiéis e a consequente promoção do laicado na Igreja
Reconhece o Santo Padre que o papel da Mulher ao longo da história da Igreja foi tudo menos secundário e que «a história do Cristianismo teria tido um desenvolvimento bem diferente, se não fosse o generoso contributo de muitas mulheres».
Hoje a igualdade na dignidade humana entre Homem e Mulher exige que o estatuto das mulheres seja promovido na Igreja (e precisa!), não porque sejam mulheres mas porque são laicado… e o sacerdócio baptismal dos fiéis tem de ser redescoberto na prática da vida da Igreja.
Só desta maneira ultrapassaremos o clericalismo lento e veremos que o laicado assume as suas responsabilidades e o seu espaço na vida da comunidade cristã.
Embora SS admita reflectir sobre mais espaço das mulheres na Igreja, admitindo ser necessário conferir às mulheres na Igreja não só um «reconhecimento carismático», mas também «institucional», por exemplo, consultando-as antes de se tomarem algumas decisões e confiando-lhes lugares de maior responsabilidade, tanto a nível de igreja local como universal, conferindo-lhe intervenção no campo dos ministérios não ordenados, tanto em relação com a Palavra de Deus (a catequese, a formação cristã, a organização das celebrações da Palavra, etc.) como com a organização da comunidade cristã e o seu envolvimento nos processos de transformação social, ainda não equacionou o “sacerdócio feminino” e será benéfico que o faça a breve trecho….
A presidência ministerial, que a ordenação sacerdotal confere aos homens, continua fechada às mulheres, mas a presidência do amor e do serviço, da comunhão e da missão, ficam-lhe abertas.
Mas
1.
se em Jesus Cristo, a mulher e o homem são iguais em tudo – possuem o mesmo sentimento -, porque em Cristo não há homem ou mulher, e ele é tudo em todos e
2.
se as mulheres estão equipadas para o ministério com dons e talentos que podem ser usados para Deus e o seu reino
3.
Se as mulheres têm consciência de que podem realizar as necessidades actuais do apostolado da Igreja, como as que realizam no mundo preenchendo qualquer profissão – médica, professora, advogada, juiz, militar, policial, política e investigadora
4.
Se as mulheres têm acesso e concluem com aproveitamento e excelência os cursos de Teologia o que lhes permite qualificação para interpretar os Evangelhos
5.
Se o princípio de igualdade dos sexos encontra justificação tanto nos textos bíblicos, como na confirmação histórica em que se traduz a influência notável deixada pelas mulheres na Igreja
A ordenação sacerdotal, pela qual se transmite a missão, que Cristo confiou aos seus Apóstolos, de ensinar, santificar e governar os fiéis, e que, na Igreja Católica, desde o início e sempre, exclusivamente reservada aos homens deve também ser-lhe concedida ….
A Igreja sempre tem sabido acompanhar a sociedade civil… nota-se uma abertura por parte dos mais altos dignitários….se a decisão da Igreja for a de admitir as mulheres à ordenação sacerdotal, …. Se se concretizar esta abertura e as mulheres tiverem acesso ao presbiterado, a falta de sacerdotes será colmatada como colmatadas serão as necessidades actuais do apostolado da Igreja

J Macieirinha